domingo, 27 de agosto de 2017

de passagem



Nunca mais eu vim aqui... é que nesses meses tantas coisas aconteceram e meu caderno acabou. Mesmo escrevendo em páginas soltas por aí, sinto como se faltasse um órgão. Um órgão que pesava, como se para firmar a minha existência e agora ando por aí com a mochila vazia demais e a caneta segue sem ter para onde ir. 

Nunca mais eu vim aqui... e eu já até me esqueci do que andei fazendo nesses meses. Semeei novas plantas, cuidei das antigas e estou tentando achar um novo vaso para meu bonsai, que precisa de um espaço maior para espalhar suas raízes. Meu gato morreu, não faz muito tempo e eu ainda não sei falar sobre isso. 

Nunca mais eu vim aqui...mas isso não significa que mesmo sem caderno, procurando um novo vaso para meu bonsai e sem saber o que falar sobre meu gato, que eu parei de escrever. Escrevi até um livro. Isso foi bom, mas creio que nunca terei a certeza se que ele é bom ou ruim.

Nunca mais eu vim aqui e resolvi voltar hoje, porque continuo mastigando ansiedades e bebendo alguns medos. Vim de passagem, só para registrar esses pensamentos vazios antes que eu desapareça.